Eu desisti de você por um tempo, não durou nem oito dias

*Esse texto contém experiências pessoais com um clube de futebol, então não entenda ele como "clubista" mas sim como um texto que provavelmente você irá se identificar com a coincidência de algumas atitudes*

                                                               Foto: Kiko Silva   

Quarta-feira, 3 de setembro de 2014.

Em um dia comum, vindo da faculdade,  estava acontecendo jogo do meu clube de coração, e eu no ônibus, ansioso que o motorista acelerasse o mais rápido possível pra que eu conseguisse ver o que os fones já estavam a 20 minutos esquentando os tímpanos com e o superego me segurando como nunca pra não ser chamado de "louco" por querer gritar ou lamentar em voz alta algum lance dentro de um transporte coletivo.
O ônibus lotado, muitas pessoas conversando e eu lá, com o pensamento e as atenções a quilômetros de distância e querendo que de alguma forma ajudar mandando energia (sei lá), e me perguntando se aquela aula realmente era tão importante assim que eu não poderia faltá-la para ir ao jogo.

Finalmente chego em casa, ligo a TV, e meu time está vencendo por 2x1, e dois minutos depois leva o empate.

Lembro bem, de usar os quinze minutos de intervalo igual um "flash" para guardar a mochila, trocar de roupa, comer algo e avisar que cheguei para quem eu deveria satisfação e voltar para frente da TV e assistir o 2º tempo.

No decorrer da partida, um nervosismo explicável, já que no primeiro jogo, meu clube tinha vencido por 2x1 mas estava empatando dentro de casa, numa partida equilibradíssima, e então acontece o que eu achava que era a "última pá para enterrar o caixão" daquela partida. Gol do meu time. UAU! não tinha como mudar, só faltavam dez minutos pra terminar o jogo, eu já quase não me segurava de felicidade, os caras só tinha dez minutos para fazer DOIS gols, e talvez nem conseguiriam fazer pois o técnico tratou de "fechar o cadeado" e colocar um time de volantes em campo. E eis que acontece o improvável como na sequência de fatos a seguir:

93', Vitória com folga no placar agregado, estádio lotado, cantando e feliz. Classificação encaminhada em 99%, e gol do adversário. Qual o problema? Já estamos classificados mesmo.
95', Gol do adversário e em simplesmente dois minutos ,38.000 pessoas ficam em um silêncio absurdo sem entender o que tinha acontecido e uma classificação que estava nas mãos escorrega por segundos antes do apito final, sendo que no minuto 94', seu melhor atacante perde um gol, na cara do goleiro, mas você achava que não aconteceria mais nada no jogo.
Lembro bem, de nesse dia ir dormir quase as 3h da manhã tentando achar uma explicação pro acontecido.

Não houve um só dia nesse resto de semana, que eu não pensasse nesse jogo, não houve um só amigo que não parou de me "zoar" por esse resultado, e não houve nenhum momento que eu lembrasse desse jogo, que eu pensasse duas vezes pra fazer todo aquele esforço de novo só pra tentar chegar em casa mais rápido e usar meu tempo precioso pra ficar em frente e TV ou em dia mais folgados ir ao estádio e torcer veementemente por aquelas cores e defender aquele escudo.

Terça-feira você jogaria novamente, e no dia, num automático desses que só os sentimentos trazem, lá estava eu, ansioso novamente. Sem ver a hora daquela camisa em campo de novo, e fazer as mesmas coisas desde cantar, pular,  e talvez me preparar pra uma alegria ou tristeza novamente. Nesse jogo, o placar terminou 5x2 a nosso favor, e somente esqueci tudo de uma semana atrás e lá estava almejando outro objetivo, mas sempre com a mesma força e maturidade (Ou imaturidade) de já saber que decepção poderia vir, mas eu estava disposto a sentir tudo novamente.

Uns chamam de loucura, outros de martírio, bom eu prefiro chamar de amor. E como diz o Skank "Que coisa linda é uma partida de futebol", "Mas que beleza é uma partida de futebol!", "Que emocionante é uma partida de futebol!"


                                                                     Foto: Visualhunt

Comentários