Fonte: Esporte - iG @ http://esporte.ig.com.br/futebol/2017-04-21/messi-cristiano-ronaldo-beijo.html
“Futebol é jogo viril, varonil, não
homossexual.”
Juiz
Manoel Maximiano Junqueira Filho, que usou essa frase para fundamentar uma
decisão jurídica para negar procedimento de queixa do jogador Richarlison na
época jogador do São Paulo contra o ex-diretor administrativo do Palmeiras
José Cyrillo Júnior em 2007.
"Eu tenho treinado. Tem jornalista que gosta de homem, gosta de
homem sarado, gosta que o cara tire a camisa, mostre o abdômen. Respeito a
opção sexual de cada repórter, mas eu estou tranquilo."
Goleiro
Aranha da Ponte Preta, ao ser questionado sobre sua condição física como
jogador de futebol em 2017.
"Ôôôô, bichaaa!"
Termo repetido
várias vezes durante muitas partidas de futebol quando o goleiro time visitante
vai bater um tiro de meta.
Não são de hoje
escutados os gritos de qualquer apelido que figure como pejorativo a
homossexuais, usados como forma de xingamento, tentando tornar assim menores os
que se identificam com essa orientação sexual.
Seria utopia,
crer que num mundo preconceituoso, cheio de manias insuportáveis e tabus
históricos e desnecessários, o futebol seria um mundo perfeito onde todos se
respeitam e vivem em harmonia.
Achar que tudo
isso é bobagem, e não se sentir mal com tudo isso, é comum e perfeitamente
normal quando você não é parte da população a quem está diminuindo,usando
palavras de baixo calão contra alguém, e dizendo que ela é pior ou menor que você
porque não tem o mesmo comportamento, os mesmos gostos (em ocasiões
específicas) e não compartilha do mesmo senso social que você.
O preconceito no
futebol não se dá apenas com a homofobia. Houve uma época que os jogadores do
Ajax - HOL, eram recebidos no estádio do rival com sons vazamentos de gás e
tentavam imitar uma gigante câmara de extermínio. A razão é tão simples como
digna de repúdio. Ao longo dos anos, os judeus holandeses se identificaram com a
equipe .Os rivais do Ajax imitavam o som de gás porque, como quase todo mundo
sabe, aproximadamente 6 milhões de judeus foram exterminados na Europa durante
a Segunda Guerra Mundial. Muitos deles foram envenenados e morreram em câmaras
de gás. A Holanda foi um dos países mais afetados pelo extermínio de judeus. Se
você não conhece essa história o oriento então a assistir o filme "O Diário de Anne Frank" que é baseado
num livro homônimo que mostra relatos de uma criança que viu as mazelas dessa época
tão sofrida.
O que
faz, uma pessoa usar as características de alguém diferente para se sentir
superior? Existem muitas razões históricas para isso, mas não podem se tornar
explicações plausíveis para que este tipo de comportamento continue existindo
no meio do futebol e principalmente no meio onde vivemos.
Combater o
preconceito, não é ser "mimizento", chato, sem graça. É ser uma
pessoa melhor, que entende que não manda no nariz dos outros, e não é melhor do
que outra só porque tem experiências e modos de vida diferentes. Uma vez escrevi
em uma rede social que: Não concordar com algo é um direito seu, saber que você
não pode mudar alguém a força por alguma discordância, é seu dever.
Quem dera, se
atitudes como a do Earthquakes - EUA, fossem repetidas. Em um
jogo contra o rival da cidade, toda vez que o goleiro do time visitante pegava
a bola a torcida gritava "Puto", termo de cunho homofóbico criado no
México.
Após
o jogo então, o clube soltou uma nota oficial repudiando a atitude dos
próprios torcedores.
Em um mundo perfeito, não existiriam notas oficiais, textos e mais textos como esse falando de coisas óbvias como respeito aos semelhantes. Que pensemos mais nas atitudes que tomamos e como nós tratamos as pessoas, nossas atitudes revelam quem somos, mas mudanças em nossos conceitos também nos mostram que podemos ser melhores mesmo tendo sido pessoas intolerantes e desrespeitosas em outrora.
Pra finalizar,
uso uma frase de um texto do Leandro Beguoci do blog Trivela:
Nós,
torcedores, somos melhores do que o preconceito. Os retranqueiros sociais não
podem vencer esse jogo.
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